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Casa Espírita Sentimento - Escola de Médiuns.


Meditação

 

Na mitologia grega, a tragédia que envolve os irmãos Prometeu e Epimeteu oferece uma grande contribuição em favor da meditação que deve preceder a qualquer tipo de comportamento humano.

Prometeu, após pensar e deliberar, conseguiu furtar de Zeus o fogo sagrado e a luz do conhecimento, oferecendo-os aos seres humanos. Pela audácia do crime perpetrado foi condenado a permanecer acorrentado a um rochedo, sofrendo a agressão de um abutre que lhe devora o fígado em contínua renovação todas as manhãs.

Epimeteu, por sua vez, advertido para que não aceitasse nenhum presente de Júpiter, deixou-se seduzir, e imprevidente, acolheu Pandora, que abriu sua caixa libertando os males que logo depois passaram a afligir o mundo.

As duas posturas, a prometéia e a epimetéica, representam situações típicas dos indivíduos que agem sem aprofundamento da mente em torno dos objetivos que perseguem.

Prometeu, embora houvesse elaborado o plano do furto, não se apercebeu dos perigos a que se expunha, pagando alto preço pela atitude irrefletida. Enquanto Epimeteu, apesar de advertido, agiu irresponsavelmente, permitindo que se alastrasse o mal pela Terra.

Ambos foram vítimas da falta de meditação.

Todas as ações humanas produzem efeitos compatíveis que decorrem da carga emocional que conduzem. Inevitavelmente, essas consequências respondem pela felicidade ou desdita que passam a envolver o indivíduo. Após desencarnadas, quando negativas, o sofrimento segue-lhes empós, exigindo novos comprometimentos que as liberem pelo refazimento do equilíbrio que foi desarticulado.

Uma existência plena, portanto, feliz, deflui das atitudes inferiores do ser, graças às quais, se concretizam os fatos, dando lugar ao comportamento correto.

Não basta apenas pensar, refletir, mas também faz-se necessário aprofundar os conteúdos, eliminar os conceitos vãos, superar as barreiras emocionais, gerar o hábito de apaziguar-se internamente, para que os logros existenciais se façam acompanhar de alegrias e bem-estar, mesmo quando novas ocorrências possam produzir ansiedade e frustração. Se equipado de harmonia, os choques naturais invitam a novas condutas, sem que fiquem as marcas perturbadoras que se associam aos conflitos que surgem.

A análise rápida em torno de algumas ambições quase sempre resulta em angústia, pior ainda quando não se cuida sequer de examinar-lhe as possibilidades de êxito, que se podem converter em aflições continuas, conforme aconteceu com os dois seres mitológicos referidos.

A meditação, por sua vez, possui os instrumentos operacionais para serem evitados danos dessa ou de outra natureza, porque proporciona a libertação das ambições tormentosas, apazigua o emocional, estabelece procedimentos em favor da plenificação, que independe das conquistas externas, superadas as circunstâncias geradoras de aflições.

A meditação é de relevante importância para uma existência saudável, pelo quanto propicia de lucidez e de liberação dos gravames que dificultam o processo de auto-realização.

Adquirir o hábito salutar de meditar, mergulhando o pensamento na análise profunda do tema de interesse, essa atitude faculta a percepção de detalhes e conteúdos que passam despercebidos, quando não examinados conforme se faz necessário.

A meditação resulta de hábitos disciplinados que são propostos, de maneira que o equilíbrio se estabeleça em campo de harmonia pessoal que se exterioriza nos relacionamentos com as demais pessoas, a natureza e a Vida.

A existência acelerada que tumultua a mente, exigindo-lhe superatividade, consome desnecessariamente energias valiosas que deverão ser canalizadas para misteres mais significativos.

As inúteis e tormentosas ansiedades pelo que se deve realizar, as lembranças amargas de referência ao que se fez, as buscas incessantes em favor do prazer, as aspirações exageradas em torno da posse transformam-se em metas afligentes que nunca se tornam realizadas, porquanto se sai de um desejo incontrolado para outro mais inquietador.

Esses contínuos anseios para a resolução de compromissos externos apressam o tempo escasso que parece nunca poder atender a todas as necessidades. Concluída uma etapa outra se apresenta exigindo compreensão e a sede da água do mar torna-se insuportável, levando a transtornos graves.

O tempo, por mais se planejem ocasiões futuras, é sempre hoje o valiosíssimo instante agora, que deve ser vivenciado sem apreensão, momento a momento, como quem toma uma xícara de chá morno com prazer e desfruta tranquilamente o seu calor, o seu paladar, o bem-estar que disso decorre. Nenhum anseio pelo que virá, remorso algum pelo que já aconteceu, deve ser a maneira de viver-se.

Logo mais será a oportunidade de prosseguir, reparando, se for o caso, a ação infeliz que ficou no pretérito aguardando correção. Tudo em clima de Paz.

Para que seja conseguida a real identificação de si mesmo, Espírito imortal que se é, a concentração mental, a introspecção, a viagem de autodescoberta constituem os recursos indispensáveis para o logro, sem o que, impossibilitado de conhecer-se, foge-se de uma para outra situação, adicionando-se cargas emocionais que terminam por descompensar o equilíbrio homeostático, facultando somatizações enfermiças ou instalação de doenças de etiologia complexa, tornando a vida execranda. Assim sendo surgem os mecanismos de fuga, os transtornos psicológicos se instalam ou as alienações tomam corpo, ceifando vidas fadadas à felicidade, que a inépcia, a desatenção, deixaram vencer.

A meditação, ou o exercício do silêncio interior, da quietação das ansiedades e das aflições, lentamente proporciona o descobrimento do bem-estar interno, que se assenhoreia, a pouco e pouco, do ser espiritual e do seu transitório invólucro carnal.

Alguns minutos diários são suficientes para criar-se disposição agradável, prolongando-se pelas horas porvindouras.

O superconsciente guarda tesouros inestimáveis que podem ser conseguidos e transformados em bênçãos quando são encontrados através do mecanismo da meditação.

A princípio, na quietude da mente transformada em espelho, recebem-se impressões que emergem do inconsciente como clichês vigorosos que podem ser avaliados com imparcialidade e logo diluídos.

Muitos deles são fixações aflitivas que não foram absorvidas pelo eu consciente ou constituíram choques emocionais que foram abandonados sem o devido esclarecimento e que permanecem enviando os seus conteúdos pessimistas, de culpa, de arrependimento, de punição, de justificação, impossibilitando a clara compreensão das ocorrências novas e das necessidades de progresso.

Imaturo, normalmente, o ser procura não pensar nas questões perturbadoras, nas ocorrências desagradáveis, nas propostas do prazer e nas suas consequências, quando vitimado por conflitos diversos, atirando ao inconsciente o que considera afligente ou tem em conta de lixo mental.

Sucede que somente quando se realiza a catarse espontânea do que é desagradável e inquietador, que as impressões conflitivas se desfazem, deixando a área livre de problemas emocionais.

A medida que se vai adentrando na meditação e adquirindo maior campo de paz, ressumam também do inconsciente profundo reminiscências de existências transatas, que propiciam real entendimento dos sucessos atuais em clima de paz e de alto discernimento, proporcionando sentido e significado psicológicos como estímulos indispensáveis para o prosseguimento dos compromissos.

Não sejam esses os objetivos da meditação, que deve descaracterizar-se de metas intelectivas emocionais, para seguir o rumo nobre de harmonia da mente com os sentimentos.

Nada obstante, aguçada a intuição que se desbloqueia das células que as impedem de exteriorizar-se, enseja intercâmbio salutar com outras inteligências, especialmente as dos seres desencarnados que se acercam, facultando precioso intercâmbio mediúnico, assim contribuindo para melhor qualificação das experiências que se fazem prazenteiras e compensadoras.

Ausentando-se das impressões sensoriais em face do afrouxamento dos fulcros de fixação do Espírito na matéria, o perispírito permite que o ser se desloque parcialmente do corpo, realizando viagens astrais, visitando outras esferas ou mesmo outras regiões da terra, onde pode ampliar os conhecimentos na consciência com os nobres Guias da Humanidade ou os seus próprios mentores afeiçoados.

Esse agigantamento das faculdades parapsíquicas e mediúnicas permite uma fornada de ser interexistente no quotidiano, quando se passa a viver no corpo somático, mas simultaneamente participando da realidade do Mundo Maior de onde se originou.

Por extensão, como fenômeno normal, consegue-se maior controle da mente e mais amplas possibilidades de captação de energias especiais para a saúde, fortalecendo o sistema imunológico e liberando-se de tormentos obsessivos, quando os houver, por experimentar mudança de campo vibratório ascendente, no qual passa a situar-se, desconectando os plugues que permitem a ligação constritora...

Irrigando-se de vibrações superiores da Vida, aumenta as resistências emocionais e físicas, mentais e mediúnicas, trabalhando em favor da libertação de enfermidades e de heranças perversas do passado, mediante cuja conquista o ser torna-se mais calmo, possuidor de mais ampla compreensão dos objetivos da existência. Modificando-se sempre para melhor, adquire uma especial aura de paz que exterioriza impregnando em derredor, inclusive aqueles que se lhe acercam.

Após o atendimento às multidões esfaimadas, atordoadas, inquietas e insaciáveis, Jesus buscava o recolhimento, a oração, a meditação, nos quais, em comunhão com Deus, refazia-se e ampliava o campo de ação amorosa, no qual albergava e socorria as novas levas humanas que O buscavam.

A meditação, no seu complexo e nas variadas formas técnicas para resultados felizes, pode também ser simplificada, a fim de atender as pessoas não equipadas de conhecimentos específicos, mas perfeitamente exequível nos processos singelos e nas tentativas mais simples.

Basta o indivíduo aquietar-se, num ambiente agradável e silencioso, procurar asserenar a mente, entregar-se...

Sem perigo de qualquer natureza, portanto pode ser interrompida com um simples abrir de olhos e retornar à realidade objetiva, não impõe necessáriamente dispositivos ortodoxos para que sejam conseguidos os fins desejados.

Contudo, deve-se manter um ritmo seguro de experiências, em forma de continuidade do treinamento, a fim de preservar a mente flexível e adaptável aos momentos de paz e de iluminação interior. Meditação para a vida feliz é passo de segurança para as ações enobrecidas e as doações de amor, inclusive, da própria vida, se necessário, pela certeza que se possui da imortalidade do Espírito, da sua sobrevivência, da reencarnação e da Justiça de Deus.

Livro Impermanência e Imortalidade - Carlos Torres Pastorino
Divaldo Pereira Franco.

 

Perguntas sobre o texto acima.

1) Qual a importância da meditação para uma existência saudável?
2) Qual a conseqüência da falta da reflexão em nossas vidas?
3) Qual a relação entre o presente, o passado e o futuro com a meditação?
4) Qual a relação entre meditação e auto-conhecimento?
5) Como ter acesso ao superconsciente?
6) O que surge nos primeiros momentos da quietude mental? O que fazer com os conteúdos?
7) Qual a conseqüência do aumento das vibrações superiores da vida produzido pela meditação?
8) Como deve ser o ambiente para a meditação?
9) É preciso manter a meditação regularmente ou se pode não dar continuidade ao processo ?

Faça um resumo dos pontos mais importantes do texto.

Escolha o tópico que mais lhe interessou, estude o mesmo e reflita sobre ele na sua vida.

 

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